É muito comum que empresários que têm lojas físicas percebam a queda do número de vendas ou movimento nos pontos físicos e pensem em manter loja física e e-commerce juntos com o intuito de aumentar os canais de vendas e o faturamento da empresa.
Contudo, apesar de um pensamento recorrente, nem sempre ele fará sentido real.
Por isso, vamos debater neste texto se o e-commerce é a salvação para sua loja física, as verdades e os mitos por trás desse pensamento. Vamos lá?
Diferenças entre lojas físicas e e-commerce
Para começarmos a pensar se o e-commerce é a salvação para sua empresa, precisamos primeiro nos lembrar das diferenças e semelhanças que esses dois modelos de negócios têm.
Concorrência no e-commerce e loja física
Nas lojas físicas a concorrência é geograficamente delimitada, isso quer dizer que seu ponto de vendas tem como concorrentes apenas as lojas do bairro e cidade onde está instalada.
Já no e-commerce, a concorrência é a nível nacional e com os grandes players do mercado, fazendo com que o esforço para realizar vendas seja diferente e maior do que a loja física.
Contudo, isso não só pode como é contornável, mas é um ponto que precisa ser levado em consideração ao se pensar em expandir os canais de vendas.
Clientes
Quando pensamos nos clientes de lojas físicas e virtuais, podemos fazer uma comparação bem simples.
Imagine-se andando pelas ruas de sua cidade, você percebe algo de diferente e entende que uma nova loja abriu. Chegando perto você analisa a vitrine, entende que os produtos são do seu interesse e decide entrar para conhecer a loja.
Essa é uma maneira bastante comum de lojas físicas ganharem novos clientes. Por isso, e um ótimo exemplo são os shoppings.
Em shoppings e galerias os aluguéis costumam ser mais altos do que aqueles pontos físicos em ruas.
Isso acontece porque eles concentram uma maior quantidade de pessoas circulando e a chance delas visitarem a loja e realizarem uma compra é, também, maior.
No e-commerce nós chamamos a quantidade de pessoas de tráfego.
E, para conseguir levar tráfego para sua loja virtual, as estratégias são bem distintas das que vimos anteriormente.
Isso porque é necessário qualificar o tráfego, para que os investimentos em mídia paga não sejam em vão e você leve potenciais compradores para sua loja virtual sem desperdiçar dinheiro.
Como os clientes chegam ao e-commerce
Na internet não existe uma rua que leva às principais lojas, mas existem os buscadores e os marketplaces.
Os buscadores, como o Google, são os locais onde os clientes buscam ativamente por algum produto ou serviço.
Logo, para que sua loja apareça como resposta e tenha maiores chances de ganhar esse cliente, é necessário investir em SEO e outras estratégias de tráfego pago e orgânico.
Já os marketplaces são como os shoppings. Eles são plataformas que oferecem espaço para que o lojista ofereça seu produto e que cobram taxas de mensalidade e/ou comissão por vendas.
Em todo caso, o e-commerce exige um esforço maior para conquistar clientes do que no varejo físico.
Sendo assim, não é apenas migrando para o digital que você terá garantia de vendas.
Agora que entendemos as principais diferenças da loja física para a virtual, vamos entender quais são as verdades e os mitos da frase “O e-commerce é a salvação”.
Algumas verdades sobre a frase
Como falamos acima, o e-commerce apresenta inúmeras diferenças do varejo físico, e com certeza algumas vantagens sobre ele.
Em algumas situações, ter um e-commerce realmente poderá se mostrar com a salvação do seu negócio, vamos citar as 2 principais.
Situações extremas e problemas de circulação de pessoas nas lojas físicas
Em 2020 e 2021 com a pandemia do coronavírus, foi perceptível o crescimento do número de e-commerces e de novos usuários na modalidade de compras virtuais.
Isso se deu pela impossibilidade de sair às compras colocadas pelo lockdown. Porém, situações como desvios e alterações de trânsito podem, de fato, fazer com que seus clientes não consigam acessar sua loja e realizarem suas compras.
Neste caso, ter um e-commerce tem vantagens indiscutíveis caso você já tenha uma base forte de consumidores que compram da sua marca.
Mudança no hábito do consumidor moderno e o e-commerce
O consumidor moderno busca cada vez mais facilidades em seus hábitos de consumo. Algumas pesquisas apontam que alguns clientes já chegam a realizar compras através do e-commerce pelo menos 1 vez ao dia, seja por aplicativos de entregas, movimentação urbana ou de alimentação.
Dessa forma, ter um canal de vendas on-line bem estruturado e gerido com foco no cliente e também na lucratividade da operação é uma oportunidade de aproveitar o digital e suprir cada vez mais as necessidades dos consumidores.
Agora vamos aos mitos dessa frase.
E-commerce é a salvação? Alguns mitos.
Toda afirmação categórica terá diferentes perspectivas a se explorar, e essa, com certeza é uma delas.
O e-commerce não é a salvação das lojas físicas.
Da mesma forma que o marketing não é o suficiente para fazer uma operação de e-commerce ter sucesso, pois, somente uma gestão completa é capaz de estruturar e organizar uma operação para que ela alavanque com consistência.
Mas, agora, vamos conhecer os motivos pelos quais essa frase é um mito.
Falta de valor no produto e marca na loja física
Se as vendas no ponto físico não estão indo bem, um dos motivos pode ser a percepção de valor dos clientes.
Isso quer dizer que os produtos que são vendidos não são interessantes por suas características e/ou preço.
Além disso, a própria marca pode não estar apresentando mais valor o suficiente para os clientes a ponto deles escolherem a sua loja invés da concorrência.
Caso esse seja o motivo, migrar para o digital pode ser uma grande frustração.
Isso porque para se ter sucesso no comércio eletrônico é extremamente importante que se tenha um Proposta Única de Valor (PUV) ou seja, que sua marca e produtos ofereçam diferenciais que faça com que sua loja seja escolhida por esse motivo.
Se na loja física isso não acontece, não será migrando para o digital que a PUV aparecerá. E então, é possível que todo o investimento no e-commerce seja em vão.
Dessa forma, o ideal é entender os motivos pelos quais os clientes não estão mais buscando sua marca na loja física.
A partir disso, reestruturar o branding, política de preços e atendimento, criando um novo posicionamento e se tornando competitivo antes de, de fato, migrar para o ambiente digital.
O e-commerce conecta demanda e não a gera
Muitas pessoas acreditam que imediatamente após migrar para o e-commerce inúmeras vendas acontecerão sem esforço, apenas com o investimento inicial.
A verdade é que o mundo de vendas digital não cria uma demanda de compradores específicos para uma loja virtual, mas conecta compradores com lojistas.
E, por trás disso, existe um esforço de gestão de tráfego, marketing, gestão de indicadores e tecnologias.
Sendo assim, abrir uma loja virtual não vai vender seus produtos automaticamente, apenas ajudará a conectar as pessoas que querem/desejam seu produto à sua marca.
E-commerce ou loja física? O e-commerce é realmente a salvação?
Como vimos, o e-commerce é um canal de venda que tem gerado adeptos, tanto para compradores quanto para vendedores. E, ele é atrativo pelo seu poder de alavancar os resultados de vendas de uma empresa quando bem gerido.
Contudo, para que o e-commerce seja visto como “salvação para seu negócio” é imprescindível que se entenda os esforços necessários em uma gestão completa da operação, de modo que ela seja sustentável ao longo do tempo.
Além disso, ter a loja física e e-commerce conectados por soluções omnichannel podem agregar valor ao seu negócio e ao seu cliente, mostrando-se como uma possibilidade de negócio bastante interessante.
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